PF MATA ASSALTANTES EM LAJES QUE TINHAM ALVARÁ DE SOLTURA EXPEDIDO POR SERGIPE

A quadrilha morta ao reagir à prisão na última sexta-feira, em Lajes, região Central do Rio Grande do Norte, pode ter cometido outros assaltos. A Polícia Federal investiga a possibilidade do bando – formado por oito integrantes fortemente armados, sendo quatro deles ex-presidiários – ter assaltado a agência do Banco do Brasil de Jacundá, Sudoeste do Pará, no dia 3 de junho deste ano, de onde foram levados cerca de meio milhão de reais. O “modus operandi” entre o assalto no Pará e a tentativa em Lajes é muito semelhante. A PF ainda investiga a vida pregressa dos demais componentes da quadrilha morta.
O BB de Jacundá foi abordado às 10h da manhã. Usando fuzis e escopetas, os bandidos chegaram à cidade em uma picape. Várias pessoas que estavam na fila para receber a aposentadoria foram feitas reféns e se transformaram em escudos humanos. Os marginais – todos encapuzados - permaneceram na cidade por cerca de meia hora, tempo suficiente para roubar o dinheiro e fuzilar a fachada de vários prédios.
Na fuga, o gerente e outras pessoas foram feitas reféns, mas acabaram soltas num matagal, quando os bandidos se sentiram seguros de que não estavam sendo seguidos.
A Polícia Federal ainda não concluiu a investigação dos antecedentes criminais dos oito bandidos mortos em Lajes, mas já confirmou que quatro deles são ex-presidiários. O líder do bando, Carlos Gildean de Barros Dantas, o “Dubinha”, 22 anos, foi condenado a 28 anos de prisão por assalto e outros crimes, mas estava solto por ordem da Justiça. O bando estava com farto armamento, 719 balas e uma granada.
“Dubinha” é natural de Cabrobó, interior de Pernambuco, cidade conhecida por estar fincada na região conhecida como “Polígono da Maconha”. Ele tem várias passagens. Constam prisões pela Polícia Federal em Salgueiro, em Pernambuco, no dia 7 de novembro de 2004, pelo crime de formação de quadrilha; em Juazeirinho, na Bahia, no dia 1º de março de 2005, pelos crimes de formação de quadrilha, uso de documento falso, falsificação de documento público, falsidade ideológica; e uma última prisão no dia 4 de abril de 2005, por tráfico de drogas e porte ilegal de arma, esta feita também pela PF.
Ele chegou a cumprir pena na Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, de Petrolina/PE, tendo recebido autorização da 2ª. Vara das Execuções Penais de Pernambuco para visitar familiares, com saída em 22 de julho de 2008 e retorno previsto para o dia 27 de julho de 2008. Carlos Gildean é apontado como o líder do bando que atacaria o BB de Lajes.
Com José Peixoto de Vasconcelos, 58 anos, natural de Cabrobó, foi encontrado um alvará de soltura expedido pela Juíza de Direito da comarca de Santa Maria da Boa Vista/PE, datado de 5 de junho de 2007. Ele respondia a processo por tráfico e tentativa de homicídio, segundo levantamento feito pela PF junto à Delegacia de Salgueiro.
Com Erickson Oliveira dos Santos, também de Cabrobó, foi achado um alvará de soltura expedido pela 9ª Vara Criminal de Aracaju/SE, datado de 13 de fevereiro de 2008. Ele também foi indiciado no Inquérito Policial 30216, de 2005, da Delegacia da Policia Federal de Juazeiro/BA, por assalto e no Inquérito Policial 02 de 2007 da COPE, em Aracaju/SE, por formação de quadrilha.
Já Erisvan Oliveira dos Santos, 26 anos, natural de Cabrobó, foi encontrado o Alvará de Soltura expedido pelo Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, datado de 17 de janeiro deste ano. Ele tinha sido indiciado no Inquérito Policial 30216 de 2005 da Delegacia de Polícia Federal de Juazeiro/BA. No inquérito ele foi indiciado por extorsão mediante seqüestro.