A omissão e a ofensa:
A missão moral e constitucional de um administrador é obviamente aplicar políticas públicas democráticas, inclusivas e populares (não populistas). Não obstante a isso, a pluralidade de opiniões deve funcionar como um instrumento popular para cobrar do gestor público ações eficientes e imediatas.
Um caso emblemático de como a “voz rouca que vem das ruas” pode causar desconforto a gestores despreparados a ouvir críticas e deliberar acerca dos revides populares ocorreu em Nossa Senhora Aparecida. Lá, os estudantes procuraram o prefeito Antonio Muniz para que este viabilizasse um veículo para transportá-los para as faculdades localizadas em São Cristóvão e Aracaju. Inicialmente o silêncio e a falta de clareza das respostas do chefe do executivo municipal causaram nos estudantes angustia e revolta.
Para entender o episódio faz-se necessário situar um fato importante, a saber: o transporte para o ensino superior não é da alçada do município, entretanto havia alguns anos que os antecessores providenciavam tal transporte sem onerar qualquer nível de educação ou ferir a lei de Responsabilidade Fiscal. Isso ocorre e outros municípios.
À reclamação dos universitários somaram-se seus pais, a comunidade e alguns vereadores. Estes chegaram a convidá-lo oficialmente para uma sessão na Câmara Municipal para prestar esclarecimento sobre a reivindicação dos estudantes. Sem surpresas, ele na apareceu.
As aulas nas diversas instituições de ensino superior começaram sem que Sua Excelência tomasse qualquer atitude concreta relacionada aos reclames. Um passo importante foi tornar publico para todo o estado a atitude do prefeito. Foi neste momento que se ouviu as primeiras explicações: a prefeitura não tem recursos para alocar ou comprar veículo para este fim.
Daí para frente o prefeito partiu para o ataque. Em matérias publicadas na imprensa escrita, ele afirmou que os universitários estavam sendo manipulados pelos seus opositores locais. Neste momento ele desqualifica a luta, desmerece a força de manifestação bem como menospreza a capacidade de decisão dos estudantes.
Outra afirmação do cunho de Muniz é a de que ele recebeu de sua antecessora, e também aliada, as finanças públicas municipal com saldo (quase) negativo. Afirmação contestada pela ex-prefeita e atual secretária da nova gestão municipal.
Nesta guerra de egos entre aliados, existe um perdedor: o jovem de Aparecida que deseja concluir uma graduação.
Se o intuito de Antonio Muniz é desqualificar a luta estudantil e provocar um factóide político na comunidade como forma de preservar sua imagem e sua administração, ele antes precisa entrar em consenso com seus aliados sobre a real situação das contas municipal.
Parafraseando a grande escritora Cecília Meireles “há vastidões bastantes” entre os objetivos dos estudantes em concluir uma graduação e o projeto político do prefeito alicerçado nas práticas eleitoreiras, clientelistas, assistencialista. Para os primeiros, é imperioso apenas que o administrador não dificulte ainda mais o sonho de ter um diploma de nível superior. Para o gestor, qualquer ato que inviabilize seu projeto político deve ser aniquilado, seja pela omissão, seja pela ofensa.
* Aparecido Santana – Estudante de Comunicação Social Habilitação em Radialismo
*José Leidivaldo Oliveira – Estudante de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo
A missão moral e constitucional de um administrador é obviamente aplicar políticas públicas democráticas, inclusivas e populares (não populistas). Não obstante a isso, a pluralidade de opiniões deve funcionar como um instrumento popular para cobrar do gestor público ações eficientes e imediatas.
Um caso emblemático de como a “voz rouca que vem das ruas” pode causar desconforto a gestores despreparados a ouvir críticas e deliberar acerca dos revides populares ocorreu em Nossa Senhora Aparecida. Lá, os estudantes procuraram o prefeito Antonio Muniz para que este viabilizasse um veículo para transportá-los para as faculdades localizadas em São Cristóvão e Aracaju. Inicialmente o silêncio e a falta de clareza das respostas do chefe do executivo municipal causaram nos estudantes angustia e revolta.
Para entender o episódio faz-se necessário situar um fato importante, a saber: o transporte para o ensino superior não é da alçada do município, entretanto havia alguns anos que os antecessores providenciavam tal transporte sem onerar qualquer nível de educação ou ferir a lei de Responsabilidade Fiscal. Isso ocorre e outros municípios.
À reclamação dos universitários somaram-se seus pais, a comunidade e alguns vereadores. Estes chegaram a convidá-lo oficialmente para uma sessão na Câmara Municipal para prestar esclarecimento sobre a reivindicação dos estudantes. Sem surpresas, ele na apareceu.
As aulas nas diversas instituições de ensino superior começaram sem que Sua Excelência tomasse qualquer atitude concreta relacionada aos reclames. Um passo importante foi tornar publico para todo o estado a atitude do prefeito. Foi neste momento que se ouviu as primeiras explicações: a prefeitura não tem recursos para alocar ou comprar veículo para este fim.
Daí para frente o prefeito partiu para o ataque. Em matérias publicadas na imprensa escrita, ele afirmou que os universitários estavam sendo manipulados pelos seus opositores locais. Neste momento ele desqualifica a luta, desmerece a força de manifestação bem como menospreza a capacidade de decisão dos estudantes.
Outra afirmação do cunho de Muniz é a de que ele recebeu de sua antecessora, e também aliada, as finanças públicas municipal com saldo (quase) negativo. Afirmação contestada pela ex-prefeita e atual secretária da nova gestão municipal.
Nesta guerra de egos entre aliados, existe um perdedor: o jovem de Aparecida que deseja concluir uma graduação.
Se o intuito de Antonio Muniz é desqualificar a luta estudantil e provocar um factóide político na comunidade como forma de preservar sua imagem e sua administração, ele antes precisa entrar em consenso com seus aliados sobre a real situação das contas municipal.
Parafraseando a grande escritora Cecília Meireles “há vastidões bastantes” entre os objetivos dos estudantes em concluir uma graduação e o projeto político do prefeito alicerçado nas práticas eleitoreiras, clientelistas, assistencialista. Para os primeiros, é imperioso apenas que o administrador não dificulte ainda mais o sonho de ter um diploma de nível superior. Para o gestor, qualquer ato que inviabilize seu projeto político deve ser aniquilado, seja pela omissão, seja pela ofensa.
* Aparecido Santana – Estudante de Comunicação Social Habilitação em Radialismo
*José Leidivaldo Oliveira – Estudante de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo
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