ISSO É UM CARMA QUE CARREGO
Escolhido para relatar na Comissão de Orçamento o projeto que garantirá R$ 6 bilhões à construção de um milhão de casas populares, o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) não entende por que, toda vez que tem nas mãos matérias que tratem de ética ou recursos públicos, é atormentado por uma lembrança. A lembrança, no caso, é dos dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar sua participação em esquema de lavagem de dinheiro, superfaturamento, pagamento de propina e desvio de R$ 25 milhões de recursos, principalmente de emendas parlamentares, destinados à construção de, justamente, moradias populares, em Tocantins.— Por que que toda vez que eu vou fazer alguma coisa vocês têm que lembrar disso, meu Deus? — reagiu Quintanilha.Posto na presidência do Conselho de Ética pela cúpula do PMDB, durante o processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Quintanilha, também naquela época, teve de dar explicações sobre esses inquéritos, abertos no STF a pedido do Ministério Público, após investigação da Polícia Federal.Os relatórios do MP que motivaram a abertura dos inquéritos apontam para denúncias de envolvimento de Quintanilha e do irmão, Cleomar, no esquema de desvio e favorecimento de empreiteiras com recursos de emendas.O senador é suspeito de usar o irmão como testa de ferro para desviar o dinheiro e receber propinas. O esquema, descoberto em 2000, teria a participação de 30 empreiteiras e atingido 80 obras em 33 municípios de Tocantins. Segundo relatório do MPF, a empreiteira Forma ganhava a maioria das licitações, recebia as emendas, mas não realizava as obras. Subcontratava outras empresas, distribuindo entre o grupo cerca de 40% dos lucros.— Isso é um carma que estou carregando há tantos anos! O que tem uma coisa a ver com a outra, meu Deus? Estou sendo investigado junto com umas 90 pessoas, e no cabeçalho tem lá aquelas coisas pesadas (formação de quadrilha), mas não devo nada — jura Quintanilha.O presidente da Comissão de Orçamento, senador Almeida Lima (PMDB-SE), que fez dobradinha com Quintanilha no Conselho de Ética, fez uma defesa enfática da indicação, acusou o STF de demorar a concluir os processos para fazer jogada política e decretou que quem não tem condenação está com a ficha “zerada”.— Ah, não! Um inquérito durar mais de 30 dias é para fazer jogada! A irresponsabilidade é do Supremo que ainda não julgou. O Supremo é quem deve ser cobrado, não o Quintanilha.O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), alerta: — Esse projeto já é eleitoreiro. Não deve haver mais suspeita sobre quaisquer os responsáveis por esses recursos, que, rogamos a Deus, sejam mesmo aplicados.
Maria Lima- O Globo
Escolhido para relatar na Comissão de Orçamento o projeto que garantirá R$ 6 bilhões à construção de um milhão de casas populares, o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) não entende por que, toda vez que tem nas mãos matérias que tratem de ética ou recursos públicos, é atormentado por uma lembrança. A lembrança, no caso, é dos dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar sua participação em esquema de lavagem de dinheiro, superfaturamento, pagamento de propina e desvio de R$ 25 milhões de recursos, principalmente de emendas parlamentares, destinados à construção de, justamente, moradias populares, em Tocantins.— Por que que toda vez que eu vou fazer alguma coisa vocês têm que lembrar disso, meu Deus? — reagiu Quintanilha.Posto na presidência do Conselho de Ética pela cúpula do PMDB, durante o processo de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Quintanilha, também naquela época, teve de dar explicações sobre esses inquéritos, abertos no STF a pedido do Ministério Público, após investigação da Polícia Federal.Os relatórios do MP que motivaram a abertura dos inquéritos apontam para denúncias de envolvimento de Quintanilha e do irmão, Cleomar, no esquema de desvio e favorecimento de empreiteiras com recursos de emendas.O senador é suspeito de usar o irmão como testa de ferro para desviar o dinheiro e receber propinas. O esquema, descoberto em 2000, teria a participação de 30 empreiteiras e atingido 80 obras em 33 municípios de Tocantins. Segundo relatório do MPF, a empreiteira Forma ganhava a maioria das licitações, recebia as emendas, mas não realizava as obras. Subcontratava outras empresas, distribuindo entre o grupo cerca de 40% dos lucros.— Isso é um carma que estou carregando há tantos anos! O que tem uma coisa a ver com a outra, meu Deus? Estou sendo investigado junto com umas 90 pessoas, e no cabeçalho tem lá aquelas coisas pesadas (formação de quadrilha), mas não devo nada — jura Quintanilha.O presidente da Comissão de Orçamento, senador Almeida Lima (PMDB-SE), que fez dobradinha com Quintanilha no Conselho de Ética, fez uma defesa enfática da indicação, acusou o STF de demorar a concluir os processos para fazer jogada política e decretou que quem não tem condenação está com a ficha “zerada”.— Ah, não! Um inquérito durar mais de 30 dias é para fazer jogada! A irresponsabilidade é do Supremo que ainda não julgou. O Supremo é quem deve ser cobrado, não o Quintanilha.O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), alerta: — Esse projeto já é eleitoreiro. Não deve haver mais suspeita sobre quaisquer os responsáveis por esses recursos, que, rogamos a Deus, sejam mesmo aplicados.
Maria Lima- O Globo
Um comentário:
Meu carro foi preso que quem prendeu foi Cesar rocha a pedido do prefeito de São Domingos, mas á tarde 14/04/09 bica e o diretor de transporte conseguiram soltar o carro. Mas não dixam rodar. E moro em Itabaiana e meu nome ´Lourivânia e quem esta mandando a mensagem e miha filha.Eu quero que você me dê algumas dicas de como eu faço?
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