Convencido da importância de um bom relacionamento com os administradores municipais, possíveis aliados da ministra Dilma Rousseff na disputa presidencial de 2010, o Palácio do Planalto iniciou um movimento para fortalecer a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e, ao mesmo tempo, desidratar o poder do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, um peemedebista que não é considerado tão aliado assim pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O plano governista é inflar a nova administração do prefeito de Vitória, o petista João Coser, que na próxima quinta-feira assume o comando da frente de prefeitos. Amigo de Lula, Coser ocupará a presidência da FNP em substituição ao ex-prefeito do Recife João Paulo Lima e Silva - também do PT -, que, por sua vez, entrou na vaga do petista Marcelo Déda, hoje governador de Sergipe.Na mesma quinta-feira, Coser e João Paulo serão recebidos pelo presidente Lula. Será o primeiro dia de um grande encontro de prefeitos promovido pela FNP na capital federal.PERFILEmbora tenha entre seus contribuintes municípios de todos os portes, a confederação é mais próxima das pequenas prefeituras. A frente representa principalmente capitais e cidades das regiões metropolitanas. João Paulo procura minimizar a proximidade do presidente com a FNP e garante total autonomia em relação ao governo federal."Mesmo sendo aliada, a frente é suprapartidária e independente", disse o ex-prefeito do Recife. Por outro lado, a distância entre o governo e a Confederação Nacional dos Municípios é flagrante.ACESSOZiulkoski evita reclamações em público por causa da atenção especial dada à frente de prefeitos, mas reconhece que não tem interlocutores no governo. Ele costuma brincar com correligionários que não é "muito querido" no primeiro escalão."Acertei com o presidente Lula, na marcha dos prefeitos do ano passado, que ele iria nos receber a cada três meses. Infelizmente esses encontros não aconteceram, não sei por que motivo", diz Ziulkoski. O presidente da confederação é sempre o mais enfático ao brigar por compensações para os municípios. Em fevereiro, quando Lula anunciou uma série de bondades aos prefeitos reunidos em Brasília - logo depois apagadas pela queda nos repasses federais, provocada pela crise econômica internacional -, Ziulkoski não embarcou na onda de otimismo e alertou para "armadilhas" das medidas, como a renegociação das dívidas previdenciárias. L.N.L. e V.R.
*O Estado de São Paulo
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