"Sem medo da verdade."

terça-feira, 14 de abril de 2009

LULA QUER FORTALECER FRENTE PRESIDIDA POR PETISTA


Convencido da importância de um bom relacionamento com os administradores municipais, possíveis aliados da ministra Dilma Rousseff na disputa presidencial de 2010, o Palácio do Planalto iniciou um movimento para fortalecer a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e, ao mesmo tempo, desidratar o poder do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, um peemedebista que não é considerado tão aliado assim pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O plano governista é inflar a nova administração do prefeito de Vitória, o petista João Coser, que na próxima quinta-feira assume o comando da frente de prefeitos. Amigo de Lula, Coser ocupará a presidência da FNP em substituição ao ex-prefeito do Recife João Paulo Lima e Silva - também do PT -, que, por sua vez, entrou na vaga do petista Marcelo Déda, hoje governador de Sergipe.Na mesma quinta-feira, Coser e João Paulo serão recebidos pelo presidente Lula. Será o primeiro dia de um grande encontro de prefeitos promovido pela FNP na capital federal.PERFILEmbora tenha entre seus contribuintes municípios de todos os portes, a confederação é mais próxima das pequenas prefeituras. A frente representa principalmente capitais e cidades das regiões metropolitanas. João Paulo procura minimizar a proximidade do presidente com a FNP e garante total autonomia em relação ao governo federal."Mesmo sendo aliada, a frente é suprapartidária e independente", disse o ex-prefeito do Recife. Por outro lado, a distância entre o governo e a Confederação Nacional dos Municípios é flagrante.ACESSOZiulkoski evita reclamações em público por causa da atenção especial dada à frente de prefeitos, mas reconhece que não tem interlocutores no governo. Ele costuma brincar com correligionários que não é "muito querido" no primeiro escalão."Acertei com o presidente Lula, na marcha dos prefeitos do ano passado, que ele iria nos receber a cada três meses. Infelizmente esses encontros não aconteceram, não sei por que motivo", diz Ziulkoski. O presidente da confederação é sempre o mais enfático ao brigar por compensações para os municípios. Em fevereiro, quando Lula anunciou uma série de bondades aos prefeitos reunidos em Brasília - logo depois apagadas pela queda nos repasses federais, provocada pela crise econômica internacional -, Ziulkoski não embarcou na onda de otimismo e alertou para "armadilhas" das medidas, como a renegociação das dívidas previdenciárias. L.N.L. e V.R.
*O Estado de São Paulo

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