É preocupante a situação da Saúde no Estado. Com salários baixos e péssimas condições de trabalho, os profissionais lutam contra a precarização da área e a instabilidade que impera, para dar melhor atendimento à população.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe - Sindimed -, José Menezes, a categoria reivindica por um Plano de cargo, salário e vencimento para os médicos, com piso condigno com suas responsabilidade e melhores condições de trabalho. “Somente o conjunto destas três ações dará credibilidade aos gestores e atrairá médicos para seus hospitais”, avalia.
Se Aracaju é deficiente, o interior é inexistente. “No interior é onde um dos melhores serviços de saúde ainda é a ambulância, principalmente no serviço de urgência. Falta estabilidade para trabalhar no interior. Os prefeitos não têm nem credibilidade para atrair profissionais”, explica osé Menezes.
Entre as questões de âmbito estadual, os servidores públicos reclamam a demora do Governo na criação da mesa setorial da Saúde. “O Governo do Estado só veio criar a mesa setorial de negociação no dia 6 de junho, sendo que o prazo para a campanha salarial da categoria havia encerrado no dia 31 de maio”, denuncia Menezes.
Sobre o aumento de apenas 5%, a indignação é ainda maior. “Essa porcentagem é insignificante, uma vez que o salário base é muito baixo, pouco mais de R$ 700 reais por 20 horas trabalhadas”, enfatiza. O Sindimed está tentando a confecção e implantação de um Plano de Cargo, Salário e Vencimento que transforme a carreira médica em carreira de Estado, a exemplo dos demais sindicatos da área.
Outra preocupação que aflige a categoria reside na criação das fundações estatais de direito privado que, de acordo com os profissionais, não estão bem explicadas e que, segundo o Conselho Nacional de Saúde, serão argüidas pela sua inconstitucionalidade. A pergunta que se faz é: “Como ficaremos nestas fundações que serão regidas pelo sistema celetista?”.
No que se refere a Aracaju, a categoria demonstra grande preocupação com o fechamento do Hospital Cirurgia, como porta de entrada para urgências. “Queremos saber dos gestores sobre o destino para os pacientes pediátricos do Sistema Único de Saúde - SUS -, considerando-se que já não há pediatria em hospitais da zona Sul e da zona Norte, sendo os profissionais de saúde orientados para encaminhar os pacientes para o Hospital João Alves”, frisa o presidente do Sindimed.
Eles também exigem mais organização no Hospital João Alves, onde a rotatividade de profissionais é grande. Conforme José Menezes, os gestores dizem que há crise de gestão. “O sindicato aposta na crise dos gestores, porque dinheiro foi gasto muito na Saúde em Sergipe”, fala.
Também caótica é a constatação da deficiência de leitos de UTI. “Faltam leitos, no entanto o Hospital de São José, por exemplo, está com a construção paralisada. Mais de R$ 1 milhão já foi gasto ali, com verba do Ministério de Saúde. E está abandonado”, destaca ainda José Menezes.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
MÉDICOS REIVINDICAM MAIS ATENÇÃO PARA A SAÚDE EM SERGIPE
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