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quinta-feira, 4 de junho de 2009

GUALBERTO CRITICA MILITARES QUE NÃO COMPREENDEM AVANÇOS NA NEGOCIAÇÃO COM O GOVERNO

Na sua volta às atividades parlamentares, depois de uma licença médica de dez dias, o deputado Francisco Gualberto (PT), líder da bancada governista, reagiu com firmeza às criticas que recebeu de integrantes da Policia Militar por conta das negociações salariais com o governo. “As ofensas e incompreensões não irão me tirar dos trilhos. Onde eu puder ajudar os trabalhadores, vou ajudar. Mas não vamos permitir que o joio se apresente como trigo”, disse, referindo-se aos militares que lotaram as galerias da Assembléia Legislativa na sessão desta quinta-feira (4).
Referindo-se ao reajuste linear de 5,5% concedido aos servidores estaduais pelo governador Marcelo Déda, o deputado Gualberto afirmou ter consciência de que hoje ainda não existe o pleno atendimento das reivindicações dos trabalhadores. No entanto, ele assegura que os avanços não podem ser negados. “Quem passou vinte anos tendo suas carreiras destruídas, logicamente vai ter que lutar muito pela recuperação. Isso nós temos compreensão. Mas o que não concordamos, e podem ficar de frente, de lado, de costas, de bandinha, é que se bata palma para inimigo e transforme aliado em adversário”.
Em relação aos militares, Francisco Gualberto lembrou que recentemente recebeu uma comissão no seu gabinete e encaminhou as reivindicações à Secretaria de Segurança Pública, cobrando ações. “Defendi trabalhadores militares mesmo quando eles me batiam no meio da rua, na época em que militava nos movimentos sociais. Essa é a minha história. Portanto, quero dizer que é injusto o tratamento desrespeitoso dirigido a mim”, reclamou o parlamentar, informando que mesmo na licença médica, levou a sua opinião ao governador defendendo as reivindicações dos militares.
No pronunciamento, Gualberto afirmou várias vezes que os avanços já conquistados durante o atual governo não podem ser negados por nenhuma categoria de trabalhador. No caso da PM, além dos reajustes salariais, a definição da carga horária em 44 horas semanais foi uma conquista histórica. Além disso, a incorporação de parte da Gracoex significará cerca de 11% de incremento na remuneração dos militares. “Portanto, não se trata aliado desse jeito. Não se transforma aliado em adversário. Tenho plena consciência de que a Policia Militar deve continuar lutando para ampliar seus direitos, até porque foram abandonados a vida inteira. Mas é preciso saber em que time você vai jogar”.
O deputado petista ressaltou ainda que o governo passado, representado na Assembléia por Venâncio Fonseca, retirou direitos dos servidores e impôs perdas, a exemplo da instituição do Funaserp e retirada da progressão automática do magistério. “Também votei aqui contra projeto que reajustava o soldo dos militares com a gratificação que eles já possuíam. Já esquecemos disso?”, lembrou o líder. “Portanto, é preciso que a gente chame a atenção de todos os servidores, no bom sentido. Para que a gente identifique por que estamos enfrentando todos esses problemas de hoje, em todas as categorias do Estado de Sergipe”.
Por fim, Gualberto disse também que em 2007 algumas categorias foram contempladas de forma diferenciada, a exemplo do Fisco, que teve reivindicações atendidas após 25 anos de luta. Em 2008, lembra que o menor reajuste concedido à PM, em 24 meses, foi de 54% e o maior, 63%. Além disso, houve reajuste de 10% no soldo em janeiro. “Mas quem quiser se abraçar com aqueles que retiravam todas as conquistas, que se abracem. Nós queremos contribuir para os avanços, mas não podemos ser vítimas da incompreensão”, frisou. “E ninguém vai me chantagear dizendo que irá fazer campanha de casa em casa para que determinadas pessoas não tenham o voto de policiais militares”.

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