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quinta-feira, 17 de março de 2011

JULGAMENTO DE FLORO SERÁ REALIZADO EM ABRIL

O julgamento de Floro Calheiros, acusado de ser o mandante do assassinato do agiota Motinha, ocorrido em janeiro de 2000, no bar Parati, localizado na Rodovia dos Náufragos, em Aracaju, está marcado para ocorrer no dia 6 de abril desde ano. O julgamento será presidido pela juíza Aidil Oliveira na 8ª Vara Criminal, do Fórum Gumersindo Bessa. O processo que estava na 5ª Vara Criminal, era investigado pela juíza Iolanda Guimarães. O julgamento terá o promotor Rogério Ferreira à frente da acusação.
Calheiros está foragido da Justiça desde 2009 e deve ser julgado à revelia.
Após ser preso em janeiro de 2009, Floro foi interrogado pela juíza Iolanda Guimarães na 5ª Vara Criminal do Fórum Gumersindo Bessa, sobre a morte do agiota. Calheiros disse ser amigo de Motinha e que não tinha motivos para assassiná-lo, confira seu depoimento:

DEPOIMENTO DE FLORO CALHEIROS
“Eu estava no G Barbosa com minha então esposa, Paulina e nosso filho de apenas seis meses na época. No supermercado, Paulina recebeu uma ligação de Genivaldo Galindo (na época, prefeito de Canindé de São Francisco) e ficou sabendo da morte do Motinha no Bar Parati. Logo fomos falar com a família dele e nos dirigimos ao IML para dar atenção à família dele que era um grande amigo meu. Chegando lá, Paulina desceu e eu fiquei no carro com nosso filho. Neste momento chegaram meu primo Sidney e Edmacir, que era meu funcionário. Os dois estavam armados com pistolas calibre 380 e logo foram apreendidos pela polícia como suspeitos. As armas eram deles, eu apenas tinha ajudado com empréstimo de dinheiro. Sidney vivia muito no apartamento da Paulina, onde eu ficava quando permanecia em Aracaju. Edmacir era meu segurança. Após consolar a família de Motinha, Paulina foi em busca de advogados para tirar os dois da cadeia, ela foi pagar a fiança em cheque, mas como só recebiam em dinheiro, Álvaro Bento ajudou e trocou o cheque para ela, libertando os dois na manhã do dia seguinte. Nesta época eu trabalhava com Galindo em Canindé, eu era Secretário Geral do Município, permaneci no cargo por menos de dois meses. Não combinava com o prefeito e pedi para sair, mas nossa amizade continuou. Na época sempre fui convidado pelo Motinha para sair para comer caranguejo com sua família, mas nunca pude ir. A Paulina já foi algumas vezes", disse Floro.
Além de Floro, a juíza ouviu algumas pessoas sobre o caso, entre elas, Genivaldo Galindo e seu filho Genilson, confira os depoimentos deles:
GENILSON GALINDOGenilson Galindo falou sobre a amizade que existia com Motinha, ressaltando inclusive, que o apartamento onde morava naquele ano estava no nome do agiota, que na época assumiu as prestações. Porém, nenhum contrato entre os dois foi feito em relação ao imóvel. Ele também falou sobre a amizade entre Floro e Motinha. “Eles eram amigos, Floro não tinha nenhum motivo para matá-lo”, disse. “Eu e Floro também somos amigos, mas não falo com ele desde a prisão do meu pai, em 2000”, completou.
Genilson afirmou que não falou com Floro ou com a vítima no dia do crime. “Quando fiquei sabendo da morte, liguei para Paulina, esposa de Floro, que estava em um supermercado da capital e se mostrou extremamente surpresa”, explicou.
Ele alegou ainda que Motinha não andava armado ou com segurança e que nunca havia comentado nada sobre ter sido ameaçado ou ter medo de ser assassinado.
Durante a administração de Galindo, Floro foi secretário geral durante 28 dias, mas deixou o cargo por motivos de discordâncias a respeito de políticas. “Mas mesmo assim, nunca houve desavenças entre meu pai e Floro”, ressaltou.
“Eu e meu pai fomos apresentados à Motinha por Paulina, que na época não era mulher de Floro. Já meu pai e ele foram apresentados por Manoel “Doutor”, amigo em comum dos dois, que na época intermediou uma compra por parte de meu pai, de uma loja de autopeças pertencente à Floro”, disse.
Logo depois, Genivaldo Galindo deu início ao depoimento, se mostrando nervoso, dando respostas curtas e ríspidas. Ele afirmou que já havia pegado dinheiro emprestado com Motinha, mas que não devia mais nada quando ele foi assassinado. “Peguei R$ 15 mil e depois a mesma quantia, mas paguei tudo com juros de 5%”, explicou.
GENIVALDO GALINDO
“Sobre a morte de Motinha, sei o que dizem os jornais e a Justiça, mas a imprensa aumenta e coloca palavras na minha boca. Eu nunca disse que sabia quem era o assassino”, disse.
Ele confirmou ainda a compra da loja de Floro e diz que o conheceu antes de se eleger. “Não sei de nenhum desentendimento entre Motinha e Floro, eu era amigo da vítima, até conhecia Edimacir, mas não o Sidney”, respondeu, em relação aos dois acusados de serem os executores do crime.
*Emsergipe.com

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