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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

OPERAÇÃO MULETA PRENDE OITO PESSOAS ACUSADAS NO ESQUEMA DE FRAUDE NO DPVAT

A Operação Muleta deflagrada nesta quarta-feira (27) resultou na prisão de oito pessoas, incluindo cinco advogados, dois corretores de seguros e uma serventuária de Justiça lotada no 1º Juizado Especial do município de Arapiraca. A quadrilha atuava no esquema de seguros de acidentes de veículos, forjando os nomes de supostas vítimas para receber o dinheiro do DPVAT. A Polícia Civil de Sergipe prendeu duas pessoas no Estado. A operação Muleta foi coordenada pelo delegado Rodrigo Sarmento, de Alagoas, em conjunto com os delegados de Sergipe Cledson Ferreira Pinto e Fábio Pereira. Segundo Fábio, foram cumpridos dois mandados de prisão no Estado, um ocorreu no município de Nossa Senhora das Dores e o outro em Canindé de São Francisco. “Uma das prisões foi feita em flagrante por porte ilegal de arma de fogo”, afirma o delegado.A Polícia cumpriu dez mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió. As prisões de dois corretores de seguro ocorreram em Sergipe, enquanto as demais na cidade de Arapiraca, onde a quadrilha concentrou o esquema fraudulento. Durante coletiva à imprensa, concedida por delegados Alagoanos nesta quarta-feira, em Maceió, a Defesa Social informou que as denúncias chegaram ao conhecimento da polícia há cerca de quatro meses, quando deu início à investigação pela Polícia Civil, por meio da Deic (Divisão Especial de Investigação e Capturas) e pelo Serviço de Inteligência da SEDS.
As supostas vítimas do golpe do DPVAT eram recrutadas em cidades do Agreste alagoano. No entanto, os acusados forjavam endereços para a cidade de Arapiraca, onde os processos de pagamento do seguro de acidentes eram direcionados para o 1º Juizado Especial. “Assim, eles davam entradas com os processos de seguro de acidentes no Fórum de Arapiraca, onde a sentença transitava de maneira rápida, garantindo a confirmação dos valores apresentados pelos advogados”, afirmou o secretário adjunto da Defesa Social de Alagoas, Washington Luiz. Segundo ele, as suposta vítimas não tinham participação na fraude ou algumas delas nem existiam. Wasnington Luiz revelou que no momento da prisão da serventuária Valquíria Malta Gaia Ferreira foram apreendidos no gabinete da acusada 11 novos processos, que ainda não tinham seguido para análise da Justiça. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco, no 1º Juizado Especial tramitam atualmente cerca de 1.500 processos, que serão examinados pela Polícia e podem ajudar na análise dos prejuízos causados à seguradora. Cada pagamento de morte por acidente custava aos integrantes da quadrilha o valor de R$ 13 mil.
Expansão do esquema – De acordo com o delegado Fábio Pereira, que deu apoio à operação em Sergipe, com base nas investigações iniciadas pela polícia alagoana, os trabalhos também se estenderão para as terras sergipanas. “Vamos trabalhar no sentindo de descobrir se há outras pessoas, que moram em cidades no nosso Estado, que podem também ter participado da fraude”, informou.
Coletiva - Foram presos pela Operação Muleta os advogados Francisco Crispi, Manoel Jailton Feitoza, Janio Gomes da Silva, Cristiano Gama de Melo, Kelmony Maicron dos Santos Freire, José Walmor Thiaro de Souza Silva, Carlos André Marques dos Anjos; os corretores Manoel Jailton Feitoza e Janio Gomes da Silva – presos em Sergipe - e a serventuária Walquíria Malta Gaia Ferreira. Já o advogado Rogério Cavalcante Lima é considerado foragido, já que não foi encontrado em sua residência pela polícia. Os acusados serão indiciados por crime de estelionato, corrupção ativa, falsificação de documentos e formação de quadrilha.

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