ULICES ANDRADE MANDA RECADO PARA CLOVIS BARBOSA

A declaração do secretário de Estado de Governo, Clóvis Barbosa, publicada no Jornal da Cidade no último sábado, 22, que afirma que as sessões extras da Assembléia Legislativa não devem ser pagas e o governo do Estado não tem nada a ver em pagar ou não, irritou o presidente da AL, deputado Ulices Andrade (PDT), que fez duras críticas contra o secretário.“Essas declarações de certa forma quebram a harmonia dos poderes. Ele está no Executivo, ele não tem que dizer o que a Assembléia tem que fazer”, disse Ulices. O deputado culpou o secretário pela convocação extraordinária, porque segundo ele, Clóvis comanda a secretaria responsável pela elaboração das proposituras do Executivo que são encaminhadas para o Legislativo.
“Quem praticamente causou essa convocação, o atraso na confecção dessas proposituras, foi a Secretaria de Governo. O senhor Clóvis Barbosa praticamente foi o responsável por esse fato de convocar extraordinariamente. E aí ele diz ‘nem o Governo paga nem o Legislativo paga’. Ele não tem nada a ver com isso. A Assembléia Legislativa é independente, é soberana”, afirmou Ulices Andrade.

Segundo Ulices, o governador Marcelo Déda (PT) estaria disposto a repassar os recursos para pagamento da convocação tanto que já havia determinado ao secretário da Fazenda, Nilson Lima, porém a presidência da Assembléia recusou, já que não havia necessidade, tendo em vista que a Casa teria viabilidade econômica para pagar a convocação.
Ulices Andrade descartou um mal estar entre os dois poderes, mas voltou a alfinetar o secretário de Governo dizendo que a declaração feita dá a impressão “que ele quer se intrometer nos assuntos do Legislativo e, institucionalmente, isso não é bom”, disse o deputado. “Eu não vivo questionando ações internas o que deve fazer ou não o governador do Estado. Eu acho que Clóvis poderia seguir o mesmo caminho”, avisou.
Ainda irritado com a declaração de Clóvis Barbosa, Ulices mandou mais uma vez um recado para o secretário: “A Assembléia Legislativa não vai pagar porque não quer, não há disposição nem da presidência nem dos parlamentares e não é porque o senhor Clóvis Barbosa quer ou não”.

Por Paulo Rolemberg