O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE), através de sua Procuradoria Regional Eleitoral, apresentou ao TRE/SE parecer pela manutenção das condenações de todos os envolvidos num episódio que ficou conhecido como o roubo e destruição das 58 urnas eleitorais do município de Canindé do São Francisco, ocorridos em março de 1997. O procurador regional eleitoral Eduardo Pelella pede que sejam expedidos imediatamente os mandados de prisão para o cumprimento das penas.
O MPF/SE quer que sejam mantidas as condenações do ex-prefeito de Canindé, Genilvaldo Galindo da Silva; do então secretário de Finanças da prefeitura, Floro Calheiros Barbosa; do delegado de Canindé à época do crime, Álvaro Bento dos Santos; do assessor de Floro, Marcos Fernando Nunes; dos secretários da prefeitura Genilson Galindo, filho do prefeito; de José Milton Galindo, sobrinho do prefeito; e de Carlos Roberto Damasceno; e dos servidores públicos José Elio Avelino e Manoel Paciência da Silva.
Dos nove, apenas o então delegado Álvaro Bento tinha sido absorvido, mas agora o MPF/SE pede sua condenação. Os demais condenados na Comarca de Canindé do São Francisco pelo envolvimento no roubo e destruição das 58 urnas tinham recorrido ao TRE/SE e o processo estava com o procurador regional Eleitoral para o parecer do MPF/SE.
Os fatos - Na eleição para prefeito e vereadores em 1996, Genilvado Galindo foi eleito para prefeito do município de Canindé. Não satisfeito com o resultado, a coligação da qual fazia parte o candidato a prefeito derrotado, Jorge Luiz Carvalho Santos, moveu uma ação objetivando a recontagem em todas as urnas do município. O TRE acatou o recurso e decidiu recontar.
Este fato motivou algumas comemorações nesta cidade, bem como foi alvo de preocupação de outros. Em Canindé do São Francisco e região circulava o boato que o fórum seria alvo de atentado, seja incendiado, seja invadido, cujo objetivo era impedir a referida recontagem. Interessados passaram a pernoitar em frente a esta repartição, velando pela sua MPF segurança. Autoridades foram informadas. Em vão.
Na madrugada do dia 10 de março de 1997, em uma ação planejada, um grupo de pessoas vestidas de uniformes militares se dirigiu ao Fórum Dom Juvêncio de Brito, que foi invadido e as urnas subtraídas do gabinete do juiz José Amintas Noronha Menezes. Segundo a denúncia, o então delegado de polícia Álvaro Bento e um policial militar identificado por "Menezes" se dirigiram ao vigilante José Carlos Soares e,mediante grave ameaça, sob a mira de armas, o dominaram, algemaram, vendaram seus olhos e o colocaram em uma cadeira no corredor do fórum, enquanto os demais roubavam as urnas.(MPF/SE)
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