"Sem medo da verdade."

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MÃE E FILHA ABUSADAS SEXUALMENTE POR POLICIAL RELATAM O ABUSO

Medo e sofrimento marcam a história de M.C.G. de 54 anos, e A. G, 21 anos, que foram estupradas pelo policial militar José Hademucles Góis da Silva, 43 anos, dentro da própria residência no conjunto Rosa do Oeste III, em São Cristóvão.
A mulher foi vítima da violência para tentar proteger a filha, que segundo ela já havia sido estuprada há 15 dias pelo mesmo homem. “Ele estava procurando minha filha e como não a encontrou, partiu para meu lado. Não tive como escapar dele", lastima a senhora.
De acordo com a jovem, no dia em que ela sofreu a violência o policial teria esperado sair do trabalho e sob ameaça levou-a para um bar, em seguida para dentro de uma casa. “Acho que ele queria que as pessoas me vissem com ele para poder justificar as vindas dele aqui na minha casa atrás de mim”, explica a vítima.
Filha
A jovem revelou que o policial a estuprou dentro da casa e que após o ato fez ameaças à família. “Ele ficou aqui dentro com a arma na mão e me disse que ia fazer isso sempre que quisesse. Minha mãe e meu filho também estavam dentro de casa, mas ficamos com medo dele, por isso não procurei a polícia”, revela.
Com medo de sofrer outro abuso, a jovem decidiu sair de casa na tentativa de que o policial esquecesse dela. “Depois desse dia fiquei passando noites em casas de pessoas conhecidas, com medo de voltar para dentro da minha casa e ele me estuprar novamente”, explica.
De acordo com a mãe da jovem, o policial teria voltado a sua residência algumas vezes a procura da filha. “Ele vinha aqui atrás dela mas não encontrava e ia embora. Ontem [25] ela entrou aqui escondida para ver o filho e ia sair na madrugada para evitar que ele a encontrasse”, acrescenta.
Mãe
A senhora de nacionalidade argentina que mora em Sergipe há pouco mais de oito anos, relatou que por volta das 21h da última quarta-feira, 25, o homem chegou na residência e resolveu cometer outro abuso. “Quando ouvimos o barulho da moto, mandei minha filha se esconder embaixo da cama, que fica no primeiro quarto. Abrir a porta e já fui surpreendida com a atitude dele".
A artesã detalhou que durante o ato o policial fez ameaças de morte e exigiu que ela não reagisse ao estupro. “Ele chegou e já foi me pegando, me apertando. Tentei escapar empurrando, mas ele disse que se eu tentasse empurrá-lo novamente ele me mataria com tiros e começaria atirando pelo pé”, relata.
Com medo de morrer, M.C.G. decidiu não resistir e, sob ameaça, foi submetida a todo tipo de abuso sexual. “Ele tirou minha roupa e me levou para o segundo quarto e disse que não fizesse nada ou então morreria. Ele me obrigou a fazer sexo, tanto oral como anal. Por alguns momentos pensei que ia morrer sufocada, tanto que ele me apertava”, relembra a mulher.
Prisão
Enquanto estava sendo abusada dentro de um dos quartos, a filha, que já havia sido estuprada pelo mesmo acusado, conseguiu sair do esconderijo e, com o filho no colo, chegou até o módulo policial do Conjunto Eduardo Gomes, onde pediu socorro aos policiais de plantão.
“Quando os policiais chegaram aqui ele ainda estava em cima de mim, sem roupa. Quando os policiais abordaram, ele ainda tentou alcançar a arma, mas os outros policiais foram mais rápidos e mandaram ele ficar com as mão para cima”, acrescenta.
As vítimas ainda revelaram que depois da chegada dos policiais o agressor tentou argumentar que era policial também, na tentativa de se livrar da prisão. “Ele ficou falando que era policial, mas graças a Deus foi preso e todos nós fomos para a Delegacia Plantonista”, explica M.C.G.
Depois de prestar depoimento na Delegacia Plantonista, a senhora foi até o Instituto Médico Legal (IML), onde realizou exames de corpo de delito. “Eu estou muito machucada, não consigo andar direito. Depois ainda fui para a maternidade e tomei duas injeções e alguns remédios. Nunca pensei que nessa idade fosse passar por isso”, lastima a artesã.
O Policial foi encaminhado ao Presídio da Polícia Militar (Presmil), onde permanece à disposição da polícia. As duas vítimas revelaram que pretendem sair da cidade, pois estão com medo de serem alvo de retaliação.
Comando da polícia
O comandante da polícia militar, Coronel Pedroso, informou que irá apurar todos os fatos e levantar todas as informações de maneira oficial. Ele foi taxativo em afirmar que o acusado é cabo da polícia e que ele já havia sido expulso da corporação. "Ele foi expulso, mas por uma ordem judicial foi reintegrado a corporação. Quero ressaltar ainda que ele foi preso em flagrante por policiais militares", afirmou.
*Infonet

Nenhum comentário: