O ex-candidato a prefeito Wagner Quintela (PSB), que perdeu a eleição em Rosário do Catete para Etelvino Barreto (PMDB), por 197 votos, já ingressou com cerca de 20 ações de investigação judicial eleitoral, denunciando a compra de votos nas eleições do município. Ele disse que sempre foi contra ingressar no Judiciário para modificar o resultado do pleito, mas que dessa vez não vê outra alternativa a não ser essa. Segundo Wagner Quintela, tornou-se impossível para a sua coligação disputar o pleito contra o poder econômico imposto pelo prefeito. “Têm casos comprovados de que chegaram nas casas de várias famílias oferecendo R$ 1 mil, R$ 2 mil até R$ 3 mil pelo voto. Muita gente, que inclusive está aqui, recebeu esse tipo de proposta financeira. A compra de votos aconteceu de forma escancarada em Rosário”, denunciou. O candidato declarou que não tem dúvida da seriedade da Justiça Eleitoral, e disse que não quer que o Judiciário lhe dê ganho de causa, mas que apenas apure com rigor as denúncias. “Tenho certeza que na hora que a Justiça começar a apurar vai ver que houve malandragem e safadeza nas eleições do município. Em Graccho Cardoso, o prefeito de lá caiu por causa de R$ 30. Será que só esse prefeito é que tem sorte? Ainda vou suar muito a camisa, vou tirar do meu pão para brigar por esse mandato. Não vou sossegar enquanto não tirar essas pessoas que estão aí no poder”, enfatizou Wagner Quintela. Na opinião dele, por conta das várias ações que foram impetradas, Laércio vai ter que provar na Justiça que não comprou votos. “Vamos ter calma e paciência, pois confiamos no Ministério Público e no Judiciário. Mas tenho certeza que vamos mudar essa situação, até porque, se continuar do jeito que está, não precisa mais haver eleição em Rosário, pois quem vai decidir o prefeito será o dinheiro, não a vontade popular”, criticou o candidato.Casos de corrupçãoEntre os vários relatos de corrupção eleitoral está o caso de Edileuza Porto Santos, que ganhou materiais necessários à construção de uma casa na rua José Macedo, no conjunto Incra. Tal doação, segundo os advogados de Quintela, fora perpetrada em troca de voto de toda a família em benefício de Vino e do seu candidato a vice, Professor Alex (PT). De acordo com a denúncia, a obra foi realizada pelo empreiteiro José Cícero dos Santos, o “Cicinho”, que também era candidato a vereador pelo PDT, e os materiais empregados na construção foram entregues pela loja Coroa Material de Construção. Há também o caso de Kleuba Conceição, que ganhou uma geladeira entregue no dia 30 de julho por volta das 14 horas, que chegou em um caminhão da própria prefeitura. O eletrodoméstico foi deixado pelo motorista Nelson e seu ajudante, “Ulá”, ambos servidores contratados da Prefeitura de Rosário. “Tal doação fora perpetuada em troca de voto de toda a sua família em benefício de Vino e Alexsandro”, garantem os advogados na ação. Até mesmo uma carroça foi utilizada como moeda de troca pelo voto no município. É o que relata uma das ações referindo-se a Valter Costa, que ganhou uma carroça doada por um cidadão de nome Robson. No dia da entrega do bem, os advogados relatam que o prefeito Laércio Passos e sua esposa, Amélia Resende Passos (PMDB), reeleita a vereadora mais votada do município, passaram pela porta do morador para confirmar que foram os responsáveis pelo “presente”. Para os advogados, não existe dúvida de que o gesto do prefeito se configura uma captação ilícita de voto, uma vez que no município não existe nenhum programa social estabelecido por lei que permita a doação de carroças para os moradores.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário