"Sem medo da verdade."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

MAQUIAVEL, O POLÍTICO BRASILEIRO E O POVO

O que mudou dos séculos XIV e  XV para os nossos dias? Quem sabe, vamos ler O Príncipe de Nicolau Maquiavel, que inaugurando o pensamento político moderno teoriza sobre a arte da conquista e da preservação do poder. As semelhanças são inequívocas, haja visto a situação do mundo na atualidade.
    Nessa obra, Maquiavel chama a atenção para o fato de que a lógica da luta pelo poder não obedece à moral religiosa dominante, já que admite o uso da violência, da mentira, e da manipulação como armas da luta política.
    O Maquiavelismo é o sistema político que se baseia na astúcia, na má fé, no amoralismo e no principio de que os fins justificam os meios empregados para sua consecução. Esta é a doutrina política exposta e adotada pelo político Maquiavel, a mais ou menos há uns quinhentos anos atrás, nas páginas de um livro denominado “O PRINCIPE”. Só não retrata o sistema político brasileiro porque Maquiavel não vive o Brasil de hoje. Para o mesmo perceber que os dias de hoje  é ainda pior do que o da era de  Maquiavel do século XV. Primitivamente, o termo designava um sistema, no qual, o príncipe, o chefão, era dotado de poderes iluminados e absolutos sobre toda a comunidade, em geral, e sobre os indivíduos que a constituíam, em particular, considerado o Estado como “bem soberano ao qual se deve sacrificar todas as coisas e para cuja conservação se deve empregar todos os meios, pondo-se inclusive, de lado, a própria moral”. Hoje em dia, o termo refere-se a uma disposição habitual de calcular, com frieza, sem nenhuma consideração moral ou sentimental, os meios eficazes para a obtenção de determinado objetivo como expressão, a mais grosseira e maneira predadora de um pensamento primitivista esta doutrina só serve para ocupar espaço nas prateleiras de velhas bibliotecas povoadas por traças e cupins. Mas, como vômito indigesto da concepção materialista ou econômica da história, segundo a qual, o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e intelectual, em geral, encontra ainda espaço, não na cabeça, mas no estômago dos CARCARÁS do sistema político brasileiro, cujas vísceras, suportam qualquer cascalho ingerido como comida ou sobremesa. O nosso atual sistema político, ainda que apelidado por motivos de propaganda e marketing, de Estado Democrático de direito, não difere, em nada do maquiavelismo a não ser o fato de que caminha para pior. Com efeito, o chefe do governo brasileiro é dotado de poderes ilimitados sobre a comunidade, em geral. O Estado é considerado como BEM SOBERANO ao qual se devem sacrificar todas as coisas.

   Os fins justificam e coonestam os meios, inclusive à prática da imoralidade, da corrupção e o descalabro de classes inteiras da sociedade como inúteis e prejudiciais ao Estado, conforme as práticas do clientelismo, coronelismo, patrimonialismo e das modernas ditaduras e outras máscaras da democracia que se enfeitam por ai, inclusive, no Brasil. O amoralismo, o mau-caratismo, a mentira, promessas em cartilhas não cumpridas de campanha eleitoral  que qualificamos de falta de vergonha na cara, é típico, é marca registrada da maioria dos políticos e dos governantes brasileiros. A barganha é a grande chancela do governante que usurpa o poder na nação. Maquiavel é fichinha, é café pequeno, é filme queimado, diante da moderna pilantragem.
O mau caratismo político promove todo tipo de cachorrada, safadeza do mais elevado grau, enriquecimento ilícito comprovado e escancarado, na cara de todos os habitantes dos municípios e dos estados, e o povo continua a votar nos mesmos patifes.
   A falta de compromisso com a sociedade atribuída aos políticos brasileiros é um fato inusitado e que tem o próprio cidadão como conivente. Por sua vez o eleitor, na sua grande maioria, age como se as eleições fossem uma partida de futebol onde seu time tem que sair vencedor, custe o que custar. Este comportamento irresponsável está sempre ajudando a eleger os menos capacitados para os cargos públicos, seja no legislativo ou seja no executivo.
   Mediante o analfabetismo político e a falta de escolaridade de grande parte do eleitorado brasileiro, observa-se que o político se reveste de um poder que não lhe é natural, e sim que pertence ao povo, e passa a agir com patrimonialismo em benefício próprio e desdém à coisa pública, praticando todo tipo de corrupção e desmandos.
    Conclui-se que a grande maioria dos  políticos brasileiros estudam na cartilha de Maquiavel, escritor renascentista, e estão sempre aplicando sua conhecida frase, “Os fins justificam os meios”, publicada em sua principal obra, O Príncipe, onde se encontra distribuído pelos 26 capítulos, um manual – Maquiavélico - de como deve agir um governante. Com certeza, nas próximas eleições, haverá mudança na mentalidade do eleitorado, ainda que de forma lenta, já que  não suporta mais tanta impunidade e desrespeito ao cidadão.

ELIAKIM ARARUNA

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