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quarta-feira, 13 de abril de 2011

GENERAL MAYNARD: PROFESSORES ACUSAM PREFEITO DE ENGANAR O MAGISTÉRIO

A sessão da Câmara de Vereadores de General Maynard na noite de ontem (12) foi marcada por denúncias e reclamações dos professores da rede municipal de ensino contra o prefeito José Evangelista (PSB). A convite do Legislativo, os professores Francisco Andrade e Erineto Vieira dos Santos, da direção estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), ocuparam a tribuna para relatar os problemas enfrentados pela categoria no município.
Segundo Erineto Vieira, os professores de General Maynard estão passando por uma situação difícil diante do que ele considerou de descaso do prefeito com o setor. “A educação como um todo está ruim. A estrutura física das escolas é precária, a merenda é de péssima qualidade, não há material didático suficiente e os professores trabalham desmotivados porque não recebem o que preconiza a lei do piso nacional”, relatou.
Francisco Andrade, que participou diretamente de três negociações com o prefeito em 2010, disse que José Evangelista enganou a categoria ao se comprometer em pagar o piso e depois recuar. “O que esse prefeito fala não se escreve. Inclusive na primeira negociação, ele fez a promessa na presença dos professores, da direção do Sintese e da deputada Ana Lúcia. A segunda reunião aconteceu na sede do sindicato e, mais uma vez, ele acordou que pagaria o piso”, conta.
Segundo o dirigente, a terceira negociação – a pedido do próprio Evangelista – foi realizada no escritório de contabilidade da empresa que presta o serviço para a prefeitura durante a greve do magistério. “Na ocasião, o próprio procurador do município disse que a administração tinha condições financeiras de honrar com o piso. Fechamos um novo acordo, a categoria encerrou a paralisação, mas novamente o prefeito voltou atrás”, reclamou Francisco.
O sindicalista também colocou que nas reuniões, Evangelista chegou a culpar a Câmara Municipal pelo não pagamento do piso, alegando que não tinha dotação orçamentária suficiente. “Várias vezes José Evangelista disse isso para a comissão de negociação. A culpa, de acordo com ele, é dos vereadores, e por isso nós fizemos questão de vir aqui para esclarecer essa afirmação dele”, informou.
MentiraTodos os parlamentares presentes à sessão fizeram questão de desmentir as afirmações do prefeito com relação ao Legislativo municipal. “Todas as vezes que os professores de General Maynard pediram apoio dos vereadores, eles tiveram. Inclusive, durante a administração da vereadora Acássia São Pedro Barbosa Sobral (PSC), nós aprovamos a lei do piso durante o recesso. Na época, o então secretário de Educação disse que, se estava no projeto, era porque a prefeitura tinha condições de pagar”, lembrou o vereador Rodrigo Sobral (PSDB).
Na opinião do vereador, Evangelista se contradiz quando dá a palavra, assume que vai pagar o piso, e depois recua. “Vocês mesmos são testemunhas. Como é que ele garante o pagamento e depois fica jogando a culpa nos vereadores?”, questiona. “O que não podemos é dar um cheque em branco para o prefeito. Agora mesmo, há cerca de 15 dias, aprovamos 20% de dotação orçamentária a pedido dele. A culpa pela crise na educação de General Maynard não é dos vereadores”, garantiu Rodrigo Sobral.
A vereadora Acássia Barbosa lembrou que os parlamentares estiveram junto do magistério durante todas as manifestações realizadas. “Inclusive fomos agredidos verbalmente pelo prefeito em uma emissora de rádio. Ele mais uma vez não está falando com a verdade quando joga a culpa para a Câmara. É a pior administração que General Maynard já teve para os servidores municipais como um todo. Ele despreza, trata com descaso o funcionalismo. Nem mesmo o nome das pessoas ele sabe, chama a todos de ‘baixinho’, ‘baixinha’, numa demonstração clara de desrespeito com o ser humano”, desabafou a parlamentar.
O presidente da Câmara, Gilmar Francelino da Silva (PDT), comprometeu-se em apresentar um requerimento na próxima sessão convocando o prefeito para esclarecer problemas enfrentados na educação do município, inclusive o não pagamento do piso nacional do magistério. “Vamos colocar para apreciação de todos os vereadores e votar em caráter de urgência para que ele compareça o mais rápido possível a esta Casa”, prometeu.

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