"Sem medo da verdade."

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ESPAÇO ABERTO PARA OS LEITORES: CONSUMIDORES LARGADOS A PROPRIA SORTE

CONSUMIDORES LARGADOS A PRÓPRIA SORTE

Bom seria se pudéssemos acreditar nos preços afixados em gôndolas e corredores dos supermercados, às vezes com cartazes ostensivos anunciando promoções de produtos. Em Aracaju, afixar um preço e cobrar outro no caixa, quase sempre não percebido pelo consumidor, é prática verificada em supermercados, especialmente em grandes redes que utilizam os “modernos” sistemas informatizados com leitoras de código de barras. Quando o consumidor percebe e reclama, o desconto é dado no caixa para o individuo e a pratica simplesmente é mantida, em prejuízo dos demais consumidores. Não quero crer que a prática seja com a intenção de auferir vantagem enganando consumidores, mas que ela existe e que as medidas para solucioná-la são discretas e ineficientes, disso eu tenho absoluta certeza. Cansado de me sentir enganado, resolvi produzir provas fotografando e juntando cupons de caixa dando conta da prática que desrespeita profundamente os cidadãos e macula a boa fé de quem acredita que os sistemas informatizados de precificação são eficientes. Em maio de 2011 fiz o primeiro registro de fato ocorrido no supermercado G. Barbosa Sul. Representei nos órgãos que formam o sistema de defesa do consumidor: Ministério Público, Delegacia do Consumidor e Procon. Para minha satisfação o Ministério Público iniciou um trabalho e cobrou medidas para correção da prática, o que não foi suficiente já que o problema perdura e está demonstrado em novas denuncias juntadas ao procedimento. O Procon foi chamado a contribuir fiscalizando os supermercados e para infelicidade dos consumidores recusou-se a fazê-lo alegando falta de fiscais no quadro de servidores do órgão, o que reputo absoluto absurdo vez que estamos em uma capital e que o órgão deveria oferecer serviços adequados para referenciar as outras cidades do Estado. O fato é que apesar do esforço da Promotoria, estamos largados a própria sorte, e que, especialmente na explosão de consumo do fim de ano, muitos consumidores serão prejudicados pela pratica nociva de cobrar mais do que o anunciado. Resta-nos reclamarmos e sempre que possível, juntarmos imagens e cópias de cupons de caixa para divulgação nas redes sociais e envio ao Ministério Público do consumidor. Assim, vamos fortalecer o trabalho do órgão que está se esforçando para punir os que insistem em práticas que prejudicam os consumidores. Exercitar cidadania cumprindo deveres e exigindo direitos é obrigação de todo cidadão, sobretudo dos que acreditam que é possível construir uma sociedade mais justa e verdadeira.

Sydnei Ulisses coordenou o Procon de Ribeirão Preto de 2001 a 2004

Nenhum comentário: