"Sem medo da verdade."

segunda-feira, 12 de março de 2012

O BALAIO DE GATO DA POLÍTICA SERGIPANA‏

  No Brasil    como ninguém é de “extrema-direita”, também não existe mais um partido de “extrema- esquerda”, pelo menos em atuação no Congresso. Mas, no mundo político real de outros países democráticos, há distinção clara entre “direita” e “extrema-direita”, e entre “esquerda” e “extrema-esquerda”.
Esquerda seriam Michelle Bachelet, do Chile; o governo espanhol de Zapatero; Lionel Jospin, o premier que antecedeu Sarkozy na França. Já Hugo Chávez, a ditadura , ou mesmo as Farc da Colômbia, deveriam ser classificados como de “extrema- esquerda”, mas são jogados todos no mesmo balaio de gato da “esquerda” mundial, no máximo tratados como “vegetarianos” e “carnívoros”, uma maneira sutil de tocar em suas tendências sem ser politicamente incorreto.
Essas reflexões do  jornalista José Gorayeb, que ressalta que, dos anos 1960 aos 1980, e até recentemente, nos anos 1990, a imprensa brasileira fazia essa distinção muito claramente: referia-se a regimes, partidos ou correntes “de extrema-esquerda”.
Assim eram referidos o MR- 8, o PCdoB, a Libelu e o MEP, entre outros. Talvez porque, no Brasil sob o regime militar, a luta armada era claramente mencionada como ação e ideologia de extrema-esquerda, em contraposição à “esquerda” ideológica, ou seja, o MDB e o PCB, que defendiam a luta contra a ditadura “pelo voto” e pela ação parlamentar. De “esquerda” eram também designados o PDT brizolista e o PT, apesar de este ter agasalhado facções de extrema-esquerda que, com outras denominações, até hoje estão lá.
Ao falar, por exemplo, numa eleição europeia, a imprensa distinguia os partidos de “esquerda”, como os socialistas, dos de “extrema-esquerda”, a exemplo dos mais radicais, como, na Alemanha, os egressos do terrorismo à la Baader-Meinhof. Como “de extrema-esquerda” eram também mencionados os movimentos insurgentes/ terroristas latinoamericanos como os Montoneros e os Tupamaros. Hoje, as Farc são referidas como “organização de esquerda”.
Essa banalização das ideologias partidárias, e a esterilização da política por meio da cooptação por vantagens fisiológicas, fazem com que todos os gatos se pareçam siameses, angorás e caibam todos eles  no mesmo saco. Política é a ciência que busca estabelecer mecanismos que permitam a construção coletiva do bem comum. Mas, a política se constitui no jogo de interesse, e na maioria das vezes, interesses próprios. Diversos fatos contribuem para essa tese, pois, observamos pessoas que mudam de opinião tão rápido como se troca de roupa.  
Já ocorreram tantas surpresas no mundo da política, e isso enaltece aquela velha frase: “Em política só não vi boi voar.”
Em tão pouco tempo atrás era muito escutado sair da boca do prefeito Luciano Bispo: " Eu tenho alergia ao PT. " .  E Marcelo Deda dizer que Luciano Bispo não valia o chulé do sapato dele , e  que queria distância. O tempo passa, e encontros políticos  com objetivo de  novas  alianças  passam a acontecer,  e isso nos deixam bastantes curiosos. 
O momento foi bastante interessante, pois, essa semana estavam lá no Palácio de Veraneio reunidas, lideranças   que no passado já foram aliados, atualmente  rivais que há poucos dias  se confrontavam nas idéias :  Luciano Bispo, Deputado Arnaldo bispo e Marcelo Deda. A pergunta que não quer calar é a seguinte: Se antes Marcelo Deda fazia parte do saco de gato dos irmãos Amorins, Jackson Barreto e Valadares e ainda torcia para Albano Franco ( PSDB ) fazer parte do balaio de gato  , e Luciano Bispo fazia parte do grupo de João Alves e Zé Carlos Machado que são adversários ferrenhos de Deda,  Sendo anunciado a aliança Luciano e Deda, agora esse saco vai ser chamado de que?  
Quais interesses você acha que Deda, Arnaldo Bispo, Roberto Bispo e  Luciano Bispo defendem: o seu ou o deles? Já dizia um velho filósofo; " Farinha pouca, meu pirão primeiro. " E o poder é atraente, Deda está com o  poder, e o poder  brilha como o ouro, o poder é como um canto de sereia, é   como o rei sol, E a terra e mais 7 planetas gravitam em torno do poderoso Rei Sol ou astro Rei. Como é atraente o poder. Muitos querem estar à sombra do poder. Ninguém quer estar em um dia de verão ao meio-dia abraçado com um pé de mandacaru. Todos querem a sombra e os frutos da árvore que se chama poder.
 E nesse balaio de gatos esfomeados pelo poder,  e com muitos espertalhões da política à espreita, fica impossível identificar quem é de direita, esquerda, centro-esquerda, socialista, progressista, neoliberal. Apesar da presença no legislativo de deputados do DEM, PT e do Grupo dos Amorins. Muitos desses  parlamentares  já foram do DEM, PSDB de Albano Franco e  hoje  estão em partidos apenas por conveniência, pois não há identificação do que prega o partido com o histórico na vida pública. O PSD, recém- fundado por Gilberto Kassab, é a imagem dessa maquiagem política.
Sem saber o que o político é, você não sabe em quem está votando. Essa dificuldade em identificar a personalidade política do candidato reflete a falta de identidade ideológica, a crise de representatividade dos partidos e a degradação da atividade parlamentar.
  A perda de paradigmas dos projetos políticos e sociais aparece com força, nesse tempo de sinais trocados e cartas misturadas. Muitos têm de trabalhista,  socialista,  e democratas  só no nome da sigla partidária.

POR BORYS KALOY

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