O depoimento do cantor André Lélis, que estava sendo aguardado na manhã desta segunda-feira, 28, na Delegacia de Turismo, foi transferido para a Coordenadoria de Policiamento da Capital (Copcal) da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Ele foi detido na noite do último domingo, 27, enquanto realizava um show no bairro Coroa do Meio, depois que os policiais solicitaram o fim da apresentação por poluição sonora.
Enquanto a imprensa aguardava a chegada do artista na Delegacia de Turismo, o delegado Gilberto Passos explicou que estava no momento do show e que chegou a questionar os militares sobre o que estava acontecendo, mas só obteve a informação de que o equipamento de som do local seria apreendido, por conta da perturbação do sossego.
“Eu estava do lado de fora da casa, não presenciei e nem ouvi nenhum ato de incitação por parte do artista, até porque na hora o som já estava baixo. Mas isso será apurado no inquérito. Caso a PM tenha cometido alguma irregularidade, o juiz irá saber dosar a aplicação da pena. E caso André Lélis tenha cometido um delito, também será apurado”, explica o delegado.
Passos acrescentou, ainda, que existe uma controvérsia entre um suposto abuso de autoridade ou um crime de desobediência por parte do artista.
O advogado da empresa responsável pelo evento, Bruno Novaes Rosa, afirmou que o evento já estava acontecendo há pelo menos três horas e que o artista foi surpreendido com os policiais em cima do trio determinando que parasse de tocar. “O artista foi o último a se apresentar e estava tocando há 40 minutos quando foi surpreendido por policiais em cima do trio. Em momento algum foi pedido que regulasse a altura do som, até porque quem controla o som não é o cantor”, destacou o advogado, declarando que durante a abordagem a Polícia Militar não portava nenhum equipamento para medir a intensidade do som.
A assessora de comunicação da empresa organizadora do evento, Amanda Silveira, salientou que os policiais agiram de forma truculenta, mas considera o fato como isolado. “Em nenhum momento os policiais chegaram para negociar, e o show foi encerrado, a polícia subiu no trio e o cantor foi preso. Diria que a polícia agiu de forma truculenta”, assegura a assessora, que nega qualquer ato de incitação por parte do artista e esclarece que a polícia é parceira e colabora em todos os eventos organizados pela empresa.
O advogado da Associação Beneficente de Servidores Militares de Sergipe (Absmse), Márlio Damasceno, afirma que o procedimento feito pelo militares foi correto. “A lei do silêncio existe e deve ser respeitada, os policiais foram até o local atender uma ocorrência de perturbação do sossego, onde se tratava de um trio elétrico tocando em uma área externa. O que não poderia acontecer foi o artista incitar as pessoas dizendo que em Salvador isso não acontece. Da mesma forma que as pessoas têm direito a diversão, outras têm direito ao descanso”, menciona o advogado.
*ABSMSE
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