"Sem medo da verdade."

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ESPAÇO ABERTO PARA O LEITOR:TRIBUTO AO PRESIDENTE

TRIBUTO AO PRESIDENTE

Eu tinha 14 anos, de mensagens nas mãos subia aos últimos andares do Edifício Santa Edwiges, prédio da parte alta de São Bernardo do Campo. Office-boy, atento e curioso, observava do alto a movimentação no Estádio Padre Euclides. Helicóptero sobrevoando, muita polícia e uma voz rouca que podia ser ouvida ao longe dava as palavras de ordem.
Eu, filho da migração, herança do Nivaldo e do Antonio de Joaquina que assentados num pau de arara deixaram o sertão e o agreste sergipano em busca de novas perspectivas sentia que toda aquela movimentação tinha a ver com o meu futuro. Era um sentimento diferente e inexplicável que me levou a admiração do líder metalúrgico de origem parecida com a minha.
Vi mártires da luta contra a carestia e a exploração caírem. São fortes nas minhas lembranças as imagens do sepultamento de Santo Dias, líder sindical morto na porta da Silvania em Santo Amaro. Também são fortes a imagens do Luiz Inácio caminhando nos inúmeros protestos que resultaram daquele cruel assassinato. Vi mulheres organizadas batendo panelas e sendo perseguidas pelo regime.
O tempo passou, o regime arrefeceu-se e tive a oportunidade de pedir voto e votar naquele retirante que inexplicavelmente fazia parte da minha história, e eu sabia e entendia esta interatividade como um sinal de melhores tempos para tantos filhos de nordestinos espalhados pelo Brasil.
Fora da capital paulista tive a oportunidade de vê-lo em palanques que às vezes não passava de uma cadeira como palco improvisado. Ainda poucos acreditavam como eu que aquela figura seria a diferença da política para o combate a pobreza, para o crescimento, para a valorização do nordeste, para a distribuição de renda e a possibilidade dos filhos da migração resgatarem a origem dos familiares retirantes.
Por óbvio precisaria escrever um livro para registrar todas as impressões da trajetória do Líder Luiz Inácio, mas seguramente não tenho esta pretensão, apenas quero registrar que Lula mudou a vida do povo brasileiro e resgatou a dignidade de muitos que hoje podem proporcionar melhores dias às novas gerações.
Com toda a sua genialidade, no auge dos 66 anos, vemos o eterno presidente ser acometido por um tumor maligno, que, segundo a equipe médica, aponta 80% de chances de cura. Sou cristão e dedicado a oração diária, e a partir de agora vou rogar a Deus pela vida do meu presidente, eterno presidente, sempre presidente, para que Deus o restaure e lhe permita continuar intervindo e opinando pela melhoria de vida do povo brasileiro.
Para todo o povo Lula fez a diferença, mas especialmente aos filhos de nordestinos que povoaram a periferia paulistana, muitos vítimas da violência da grande metrópole, assassinados pelo tráfico ou pela severa desigualdade social, Lula foi simplesmente o maior e mais comprometido presidente com o resgate dessa gente.
Hoje resido em Aracaju, fiz o caminho de volta para conhecer o Porto da Folha onde Josino Ulisses aportou e criou sua família de onde saiu o meu pai para ganhar o mundo, acompanhando a iniciativa do quilombola Antonio, filho de Joaquina e pai de Rinalva  das terras do Cedro de São João. Pessoas sofridas que se esforçaram para constituir suas famílias nos melhores padrões de esperança espelhados nas ações do Luiz Inácio.
Estou com o presidente, em oração e em coração, que Deus esteja com ele e conosco.

Sydnei Ulisses – flho de sergipano, nascido num prédio em construção no coração de São Paulo e criado na periferia paulistana.

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