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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PROFESSOR ACUSA UNIT DE DEMITI-LO POR NÃO REPROVAR ALUNOS

Estudantes de Direito da Universidade Tiradentes (UNIT) denunciam que a instituição demitiu o professor/orientador do projeto de conclusão de curso dos alunos do penúltimo período de Direito, sem fazer a devida substituição. Os estudantes, que preferem não se identificar para não serem prejudicados, alegam que correm o risco de perder a monografia, devido a ausência de orientador.
O assessor de imprensa da UNIT, Álvaro Miller, reconheceu a denúncia e garantiu que nenhum estudante será prejudicado por conta da mudança de professor. “A professora titular da disciplina orientação em monografia teve que se afastar em caso de urgência por um problema de saúde. Essa professora tinha uma carga horária de cinco turmas, e como o afastamento dela foi inesperado, a coordenação do curso de Direito precisou de um tempo para distribuir as turmas com outros professores. É claro que esse processo não se faz de um dia pra noite, mas a situação já foi regularizada. As aulas já voltaram normalmente. A Unit está dando a garantia que os alunos de Direito não terão nenhum prejuízo, a disciplina será concluída no prazo previsto”, explicou.
A UNIT também está sendo questionada na Justiça a cerca de um possível processo de reprovação de alunos no curso de Direito. O professor José Carlos Santos, acusa a instituição de alimentar a indústria da reprovação deliberada. Na denúncia feita na 5ª Vara da Justiça do Trabalho, o professor denuncia que sua demissão se deu por conta da não reprovação de alunos do curso de Direito, relatado na Ata de Instrumento e Julgamento.
Em um dos trechos, o coordenador do curso de Direito alerta o professor da sua provável demissão, e faz observação quanto a não reprovação de alunos. “no último semestre/2008, quando ministrava aula de Direito de Família no período noturno, foi convocado por um empregado, de nome Neto, para que comparecesse à sala do coordenador do curso, o senhor Ronaldo. Que após adentrar na sala, a mesma foi fechada pelo coordenador, sendo dito pelo mesmo, que: "professor, assim não dá para continuar. Eu vou demiti-lo no meio do semestre", sendo que, com o reclamante ainda em pé, pegou a planilha e jogou em cima do mesmo, proferindo as seguintes palavras: "você está ficando velho, você amoleceu o coração, você fez transplante de coração, porque, com o conteúdo que você, você poderia reprovar a quantidade de alunos que quisesse." Que foi informado, também, pelo coordenador, que o reclamante tinha aproximadamente 650 alunos e só havia reprovado 27”, transcreve parte do texto.
Em resposta a denúncia feita na Justiça pelo professor, o assessor de Imprensa da UNIT afirmou que não há na instituição nenhuma prática de reprovação deliberada. “O professor foi demitido por uma decisão administrativa por que de alguma forma ele não atendia a demanda da instituição. Agora o fato dele apresentar uma testemunha que afirme na Justiça que ele foi demitido por não reprovar alunos, não significa que esta prática de reprovação deliberada realmente existe na instituição”, observou.
O juiz deu prazo de 15 dias para que a UNIT junte aos autos os relatórios de finalização das disciplinas ministradas pelo professor, iniciado em 2006, bem como os planejamentos de aulas.

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