Está preso na Delegacia de Porto da Folha, sertão do estado, o jovem Carlos Henrique Oliveira Santos, 22 anos, que confessou ter assassinado o colega João Paulo de Santana, 23, que era homossexual, com uma facada no pescoço. O crime aconteceu em 3 de agosto deste ano, após uma discussão entre os dois. O acusado passou nove dias escondido em um matagal próximo ao local do crime e em casas de parentes, tendo passado pelo Loteamento Parque dos Faróis, em Nossa Senhora do Socorro. Ele se entregou na manhã desta quinta-feira, depois que a mãe dele negociou sua rendição à polícia.Carlos Henrique afirmou em depoimento que está arrependido do que fez e que se sentiu ameaçado e perseguido por familiares de João Paulo, que supostamente queriam se vingar do assassinato. "Ele mesmo confessou que se sentiria mais seguro se ficasse preso", disse o delegado Antônio Wellington Brito Júnior, que ouviu o acusado durante a tarde e já pediu a prisão preventiva dele ao juízo da Comarca de Porto da Folha, que decretou apenas a prisão temporária de cinco dias. O argumento do pedido, segundo Wellington, é de que, além de preservar a segurança do acusado, a manutenção da prisão vai ajudar a esclarecer o motivo do crime.De acordo com o delegado, Carlos disse que não matou João Paulo por causa de uma dívida de R$ 35, mas sim porque ele quis obrigar o acusado a fazer sexo com ele. Os dois moravam juntos e acompanhados por seus respectivos namorados em uma casa na sede do município. "O Henrique passou na casa da vítima para pegar alguns pertences e viajar para Aracaju. Ele alega que se deparou com João Paulo e este queria forçá-lo a manter relações sexuais. Como o rapaz não quis, os dois começaram a discutir e entraram em luta corporal. Foi quando Carlos tomou a faca que a vítima levava consigo e acabou atingindo o pescoço do rapaz", relata Wellington, que duvida desta versão apresentada pelo acusado e acredita que o crime esteja mesmo relacionado com a dívida contraída por um dos envolvidos.Antônio Wellington afirma que vai concluir o inquérito nos próximos dias e quer que a prisão de Carlos Henrique seja prorrogada por, pelo menos, mais 10 dias. Segundo ele, o tempo é necessário para ouvir mais testemunhas e cruzar novas informações com o depoimento do preso. O delegado dá como certo o indiciamento do réu por homicídio consumado. "Resta saber se o crime foi praticado por legítima defesa, o que incorreria em homicídio simples, ou por motivo fútil, no caso da dívida de R$ 35, o que definiria o crime como homicídio qualificado. Só vamos saber após concluirmos esta fase das investigações", esclarece.
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