O Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - IBASE publicou
recentemente um relatório que mostra a face real dos atuais programas
assistenciais.
A pesquisa
foi encomendada pelo governo e utilizou uma amostra de 5.000
beneficiários do programa Bolsa família em 229 municípios, entre
setembro e outubro de 2007.
O resultado
mostra que 54,8%, ou seja, mais da metade dos 11 milhões de
beneficiários do programa Bolsa Família do governo federal, passam fome
ou não têm alimentos suficientes em casa.
Gráfico 1
Entretanto esse estado de insegurança alimentar não decorre apenas de insuficiência de recursos para comprar alimentos.
A pesquisa
mostrou que parte dos beneficiários não utilizam os recursos do Bolsa
Família para comprar alimentos, mas sim, para comprar eletrodomésticos,
roupas, outros bens de consumo e serviços.
Segundo os
entrevistados, mesmo o dinheiro utilizado para compra de alimentos é mal
gasto, pois, se destina a balas, doces, biscoitos ou outros supérfluos.
Gráfico 2
O estudo é
inconclusivo pois foi conduzido de forma duvidosa. Os entrevistados
podiam dar mais de uma resposta quanto aos gastos prioritários com os
recursos do Bolsa Família. Assim, o total não fecha 100% e não é
possível saber, quanto dos recursos efetivamente são gastos com cada
item e quantos beneficiários priorizam alimentos. Contudo, a pesquisa
evidencia que o programa esta desviado do objetivo. Talvez o estudo
tenha sido propositadamente mal elaborado para não revelar a realidade.
Ainda de
acordo com o estudo, à insegurança alimentar continua rondando os
beneficiados pelo programa bolsa família e apenas 16,9% das famílias do
programa têm segurança alimentar e nutricional conforme mostra o gráfico
1.
O
coordenador do estudo, Francisco Menezes, declarou que o baixo número de
titulares com alimentação plena não quer dizer que o programa esteja
dando errado.
Discordamos dessa opinião e entendemos que os resultados dessa pesquisa evidenciam muito mais fatos do que foram divulgados.
O programa
Bolsa Família supostamente se destina a acabar com a fome da população
de baixa renda. Se o dinheiro é utilizado na aquisição de bens de
consumo e serviços, em detrimento da alimentação, não cumpre seu
objetivo social.
Com isso o
Bolsa Família foi transformado num programa de fidelização de votos. Os
beneficiários na realidade estão vendendo votos à prestação e os
políticos compram com dinheiro público ao longo dos 4 ou 8 de seu
mandato e ainda tentar eleger seu assecla aliado.
O segundo
aspecto relevante mostra que parte dos entrevistados gasta recursos do
programa Bolsa Família com remédios e material escolar, entre outros
itens.
Tal fato
evidencia mais ainda a falência do ensino e da saúde públicos. Ambos são
obrigações do Estado. Pelo menos assim está escrito na constituição que
vige.
Mas esse é o habitual pacto medíocre que povo e governo têm feito há décadas.
O governo e
as prefeituras cultivam a miséria como se fosse um patrimônio. Gasta
boa parte dos recursos destinados à área social em programas de pão e
circo que perpetuam a miséria e estimulam a preguiça improdutiva. Dessa
forma está garantido que os filhos dos miseráveis serão miseráveis e
potenciais candidatos a esses mesmos programas sócio-eleitoreiros. Em
troca da política de do pão e circo o povo oferece votos.
Até hoje
não foi implantado um verdadeiro programa social que vise transformar
miseráveis geradores de demandas que não suprem, em produtores do
próprio sustento e de riqueza.
Na prática o
resultado dessa pesquisa mostra que a atual política social não ajuda a
construir um futuro digno para esses milhões de brasileiros e que seu
filhos provavelmente herdarão a insegurança alimentar, transformando-se
em novos miseráveis cronicamente dependentes de esmolas.
Aqui valem duas comparações.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha e o Japão estavam absolutamente derrotados e falidos.
O Japão foi vítima de duas bombas atômicas que praticamente destruíram Hiroshima e Nagasaki.
A Alemanha
teve as principais cidades arrasadas à cota zero pelo maior bombardeio
aéreo da história da humanidade. As indústrias produtivas que sobraram e
eram de algum valor, foram literalmente desmontadas e carregadas para a
União Soviética ou para os Estados Unidos após o fim da guerra.
Alemanha e
Japão terminaram a guerra com toda infra-estrutura destruída, sendo
obrigados a se submeter a uma rendição incondicional.
Nuremberg no fim da II Guerra.
Para evitar
que o comunismo avançasse na Europa, os EUA idealiazaram e financiaram o
Plano Marshall que representou uma ajuda financeira no valor total de
US$ 13 bilhões de dólares para toda Europa livre ou ocupada pelos
Aliados.
Desse total, a Alemanha recebeu US$ 1,39 bilhões, além de US$ 1,17 bilhão em donativos e um empréstimo de US$ 217 milhões.
A ajuda
total recebida pela Alemanha foi, portanto, da ordem de US$ 2,78
bilhões. Esse montante trazido a valor presente representa muito mais.
Porém foi com esse dinheiro que a Alemanha em menos de 15 anos se
reergueu. O dinheiro não foi consumido apenas em aquecimento e na
alimentação dos famintos de pós-guerra num país arrasado. Com esses
recursos a Alemanha, então com aproximadamente 60 milhões de habitantes
se reestruturou para pouco depois voltar a ser a potência que é hoje.
No Japão não foi muito diferente. Os EUA financiaram a reconstrução com um aporte de US$1,9 bilhões.
Esses dois
países que em 1945 eram pilhas de escombros e só tinham capital humano,
são hoje potências econômicas e suas populações têm alto padrão de vida.
Enquanto
isso no Brasil, há décadas governos inconseqüentes,
incompetentes, corruptos e populistas vêm gastando rios de recursos para
se perpetuarem no poder. Há décadas as conquistas sociais são tímidas
ou até imperceptíveis. Isso quando não andamos em movimento retrógrado.
O Brasil
já gastou alguns planos Marshall em bolsa família, bolsa miséria, bolsa
gás e tantos outros programas inúteis. Sequer conseguimos romper a
barreira de tirar toda população brasileira da miséria e oferecer saúde,
segurança e educação.
O PIB do
Brasil já ultrapassou o PIB da Inglaterra agora no final de 2011. Esses
fatos levam a uma única conclusão. O que falta ao Brasil não são
recursos. O Brasil carece de capital humano.
O povo
precisa evoluir e banir do cenário político do país essas "famílias" e
esses corruptos que se assenhoraram do poder e sugam a Nação negando um
futuro digno às próximas gerações.
POR BRUNO RIZZO
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