O juiz da comarca de São Cristóvão, Manoel Costa Neto, condenou o deputado estadual Wanderlê Correia (PMDB) a ressarcir os cofres da prefeitura municipal por fraude em licitação.A sentença atende a uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Estadual, que detectou uma série de irregularidades em um procedimento licitatório à época em que o parlamentar era secretário municipal de Obras, na gestão do seu irmão, o ex-prefeito José Correia Santos Neto, o “Zezinho da Everest”, falecido em 2008.Segundo o MPE, o deputado participou de um “esquema de desvio de verbas, recebendo obras fora da especificação da proposta apresentada na Licitação, e autorizando os seus pagamentos”. Ainda de acordo com os promotores de Justiça, a Secretaria de Obras, então comandada por Wanderlê, “montou, forjou, fraudou a Carta Convite nº 023/2005, com o objetivo de contratar a empresa Ré, TAFER Serviços e Construção LTDA, para suposta realização de serviços de recuperação e ampliação da Escola Municipal Araceles Rodrigues Correia, no valor de R$ 101.212,74 e, conseqüente, desvio de verba”. Em um dos trechos da denúncia, o MPE chama a atenção para o crescimento do volume da movimentação financeira do réu que, em dois anos, cresceu mais de 1000%. “Muito mais grave é a situação do Réu Wanderlê Dias Correia, que durante os anos de 2003 a 2005 declarou rendimentos por volta de R$ 40.000,00. Já em 2005, teria declarado que teve ganho de R$ 42.351,36, contudo, a sua movimentação financeira foi de R$ 112.341,71. Quanto ao ano de 2006, declarou ter ganho R$ 89.807,01, mas movimentou R$ 142.736,10. Em 2007, declarou apenas R$ 68.507,91, mas movimentou a importância de R$ 466.448,50”, denunciam os promotores na ação.
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