O
xadrez nos traz lições para toda a vida. É certo que no jogo, assim como
na vida, todos os nossos movimentos, decisões e escolhas implicam
obrigatoriamente em conseqüências. Comecei a pensar também se poderíamos
estabelecer alguma relação do jogo de xadrez com a política, já que
ambos têm em comum a astúcia, a elaboração de estratégias, a
inteligência (ou a falta dela) e a disputa. Finalmente, fui indagando
também se cada peça do xadrez teria um personagem correspondente na
política, ou seja, se também teríamos no cenário político um bispo,
dama, rei, peões…
Para
quem não teve ainda a oportunidade de jogar ou de, pelo menos, conhecer
o jogo, vamos a uma breve descrição: O rei é a peça vital sob a qual se
concentra todo o jogo, No caso de Sergipe, Deda é o governador, e
para o Xadrez seria o rei; portanto, todas as outras peças trabalham em
prol de sua proteção. No xadrez , o rei nada faz, nada decide, nada
opina. Seu movimento é lento, limitado, não pode avançar mais do que uma
casa por vez. Fica escondidinho atrás das outras peças, e localiza-se
estrategicamente ao lado da dama que existe para protegê-lo. No caso de
Deda o Governador de Sergipe, falava-se que ele pouco levava as
lideranças para serem ouvidas no Palácio, raramente entrava em contatos
com elas, apenas via e-mails. O bispo é outra peça importante no
tabuleiro, e só realiza movimentos em diagonal para proteger o rei.
Historicamente, o bispo representa o poder que a igreja tem sobre o
Estado e a sociedade, pois desde os tempos medievais a igreja interferia
na vida de todos e, principalmente, nas questões de política e de
Estado. O bispo foi incluído como peça estratégica do jogo devido à
grande importância que a igreja tinha nas decisões de governo. A torre é
outra peça de grande valor no jogo, pois seu movimento é sempre em
linha reta na vertical ou horizontal. A torre foi considerada como sendo
de grande relevância devido ao fato de que, na época das grandes
conquistas medievais, era a partir dela que os inimigos eram vistos e,
dessa forma, as estratégias de defesa eram definidas. Assim, as torres,
porque no jogo do xadrez há duas torres, uma em cada ponta do tabuleiro,
representam o local onde se tem uma visão panorâmica dos possíveis
inimigos. O cavalo realiza movimentos em “L” e, com isso, freqüentemente
surpreende o adversário. No caso do jogo político sergipano Sergipe os
Irmão Amorins seriam a Torre e o Cavalo do xadrez É uma peça importante
justamente por realizar um movimento que nenhuma outra peça faz. O peão
é a peça mais abundante no tabuleiro (no total são 8 peões). Os peões
têm movimentos limitados, apenas uma casa à frente e, por causa disso, é
a peça de menor valor no sistema do jogo. Por fim, a dama é a peça mais
poderosa do jogo justamente porque realiza o movimento de todas as
outras peças do tabuleiro, exceto a do cavalo. É a dama quem mais
protege o rei, já que pode aniquilar qualquer outra peça do lado
adversário sem ser facilmente capturada. A dama é a grande articuladora
de todo o jogo e o rei se coloca sob sua proteção, pois sem a dama o rei
se torna extremamente vulnerável a todos os perigos. E fazendo um
comparativo do Xadrez com a política sergipana quem seria a Dama?
Jackson Barreto, Valadares, ou os irmãos Amorins?
Será que há mesmo alguma semelhança entre o xadrez e a política?
Comecemos
pelo rei. O nosso rei, no caso o rei do xadrez, não decide, não opina,
não tem liderança sob as demais peças e é totalmente dependente da
proteção da dama. Por isso, é difícil enquadrá-lo numa situação de
“xeque”; pelo contrário: para adquirir mais proteção, o rei libera
“cheques” para aliados incluindo-se suas próprias peças. Ao lado do rei
estão a dama e o bispo. O bispo procura dar conselhos e passar os
princípios religiosos relevantes para governar a cidade, não admitindo
que o rei aceite proteção de outras correntes religiosas nem de orixás.
Caso o rei se envolva com outras correntes, terá sua proteção
comprometida por parte do bispo. Os bispos são mais discretos e realizam
apenas movimentos na diagonal. Entretanto, também socorrem o rei
principalmente quando há “cheques”. A função do bispo na política, ao
contrário do jogo, não se relaciona apenas aos dogmas religiosos, mas a
qualquer súdito que realize o papel de aconselhar o rei nas possíveis
decisões que ele deva tomar. A dama, por outro lado, é quem define o
jogo, e decide se o rei será aniquilado ou se sobreviverá, se a cidade
será invadida, queimada e devastada pelos inimigos, ou não.
O
cavalo é uma peça importante na política, assim como no tabuleiro de
xadrez. Ele realiza movimentos que somente ele faz, representa a
competência técnica que a dama, apesar de todo seu poder no tabuleiro,
não possui. A estratégia do cavalo para proteger o rei não é a de dar
conselhos, como no caso do bispo, mas sim oferecer sua competência
técnica para que o rei se torne protegido das investidas dos invasores
e, desta forma, cumpra o seu papel de cuidar dos seus súditos. No
xadrez, todas as peças buscam trabalhar em harmonia para proteger o rei.
Já na política sergipana a disputa é pra um puxar o tapete do outro
aliado e mais na frente herdar a vaga do rei. Entretanto, se uma dada
peça se move precipitadamente, sem conceber o trabalho de toda a equipe,
pode ser que todo o reino pereça como conseqüência. È a questão recente
da reeleição atual de Angèlica Guimarães na Assembléia Legislativa. Na
política, o cenário também é assim, pois os movimentos dos bispos,
torres, dama e peões, quando impensados, levam o reino à ruína. Devemos
realçar, aqui, que o trabalho técnico do cavalo pode ser uma arma
poderosíssima na mão do rei para impressionar e coibir os ataques do
adversário, mas, para isso, o cavalo precisa da valiosa proteção e
cobertura da dama. Em outras palavras, a dama, como o elemento mais
poderoso do tabuleiro, deve ser a peça mais inteligente, desprendida e
coletiva do grupo pois, caso contrário, todo o reino perecerá. E quem
melhor faz o papel da Dama do xadrez na política Sergipana? Os irmãos
Amorins, o agrupamento de Valadares e Jackson Barreto, João Alves, ou
Albano Franco? É bom lembrar que nas últimas eleições majoritárias de
governador em Sergipe, Eduardo Amorim como senador obteve mais votos do
que Marcelo Deda como governador.
Por
fim, falaremos do papel da torre na política. Nas guerras medievais, as
torres eram lugares privilegiados de onde se podia ter uma visão
panorâmica além do castelo e, a partir deste olhar privilegiado,
podiam-se prever os futuros ataques dos inimigos. Na política, a função
da torre é igualmente importante, pois sempre haverá pessoas com uma
visão de águia dispostas a avisar o rei dos perigos vindouros. E quem no
PT de Sergipe tem a visão da águia para perceber a força política dos
irmãos Amorins? No entanto, o rei não costuma dar ouvidos aos inúmeros
avisos de quem enxerga mais longe. Ao contrário disso, o rei comumente
só tem ouvidos para a sua dama. E a dama, por sua vez, como grande
aliada dos peões, faz com que estes se tornem, na prática, os grandes
conselheiros do reino. Os peões, como já mencionado anteriormente, não
têm a competência técnica do cavalo, a sabedoria do bispo e nem a visão
de águia da torre, mas são tragicamente as peças mais ouvidas pela dama e
pelo rei. Quem seriam os peões na política sergipana? Os asseclas
partidários, Os Prefeitos, Vereadores e Cabos eleitorais?
Na
política, é comum vermos os peões aconselhando o rei e a dama,
derrubando cavalos, delatando bispos, desqualificando torres e
diminuindo a importância das demais peças do tabuleiro. Andam juntos com
o rei e a dama nas grandes caminhadas, e se posam de importantes por
estarem à frente do batalhão. Entretanto, por serem peças de fácil
manuseio e de poder crítico limitado, acabam sendo usados pela dama e
pelo rei para as tarefas mais corriqueiras. De toda essa argumentação
conclui-se que os irmãos Amorins,que são inteligentes, astutos e
perspicaz sabem jogar muito bem as peças do xadrez da política
sergipana.
POR ELIAKIM ARARUNA
Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador.
CONFÚCIO
A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.
Se
você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o
resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo,
para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece
nem o inimigo nem a si mesmo, perderá toda.
Se
você descobrir o ponto fraco do oponente, você tem que afetá-lo com
rapidez. Capture, inicialmente, aquilo que for muito valioso para o
inimigo. Não deixe que seja revelado a hora do seu ataque.
A
invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque.
Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra
que ela é abundante.
Lutar
e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema
consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar. ( KUNG FU TSE
)
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