"Sem medo da verdade."

quarta-feira, 28 de abril de 2010

CUT QUER QUE SERGIPANOS SEJAM RESSARCIDOS POR COBRANÇA INDEVIDA DE ENERGIA ELÉTRICA

Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe estiveram hoje, 28/04, pela manhã, no Ministério Público Federal, onde protocolaram ação requerendo do MPF que busque saber se os consumidores sergipanos também foram lesados com a cobrança indevida, nas contas de energia elétrica, sobre reajuste tarifário aplicados de 2002 até hoje.
Análises do Tribunal de Contas da União apontam que os consumidores brasileiros pagam R$ 1 bilhão a mais por ano pela energia elétrica devido a um erro no cálculo das tarifas aplicadas nas contas de luz. A falha se repete desde 2002, quando, por pressão das concessionárias de energia elétrica e em face da crise econômica, o governo federal resolveu conceder reajuste tarifário sobre a demanda atrelada ao dólar, que naquela época estava em alta.
Entretanto, nos anos posteriores à crise e ao acordo, as tarifas continuaram a aumentar mesmo com o dólar em baixa, e o cálculo continuou sendo feito da mesma maneira, com erro, sobre a demanda passada. No período, o TCU calcula que pode ter sido sacado do bolso do consumidor uma cifra estimada em R$ 7 bilhões.

Todos pagam
O valor indevido é cobrado de todos os consumidores regulares das concessionárias de energia elétrica. Hoje, são 63 milhões de ligações existentes no território nacional, distribuídas em 63 companhias no país – a maior parte são empresas privadas. Por amostragem, o TCU detectou que em oito estados analisados pelos técnicos, todas as concessionárias faziam a cobrança indevidamente. No Nordeste, o Estado analisado foi Alagoas.
“Muito provavelmente, Sergipe não está de fora. Temos a Energisa e a Sulgipe
que devem estar entre as concessionárias que fizeram a cobrança ilegal nas tarifas de energia desde 2002. É isso que queremos que o Ministério Público Federal investigue, e sendo comprovada a cobrança indevida, que os sergipanos sejam ressarcidos ou que recebam créditos para abater nas tarifas futuras, e que o valor atual a tarifa seja revisto”, afirmou o presidente da CUT/SE, Rubens Marques de Sousa, o Dudu.
Ele também destacou que pelo modelo de cobrança equivocado, o consumidor brasileiro paga mais do que devia para a distribuidora custear os 11 encargos setoriais embutidos na tarifa de energia, que financiam do programa federal para a baixa renda ‘Luz para Todos’ às pesquisas para novas matrizes energéticas.
“Essa conta é rateada todos os anos para as distribuidoras, que a repassam aos consumidores. Ou seja, nós, consumidores, estamos pagando duas vezes pelos encargos”, ressalta Dudu.
Segundo ele, a CUT deu entrada na ação por entender que a luta da Central vai muito além da pauta imediata da classe trabalhadora. “Nossa luta é por melhores salários e condições de trabalho para a classe trabalhadora, mas reduzir os gastos do trabalhador também é importante, ainda mais quando ele está sendo lesado, como é o caso da cobrança de energia elétrica”, enfatiza.

Cartilha
Ainda de acordo com o sindicalista, a CUT/SE vai estar elaborando uma cartilha para mostrar à população, de forma detalhada, todos os encargos que os trabalhadores pagam nas várias tarifas existentes, de energia, telefonia, água etc.

Nenhum comentário: